O Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Paraná (Sindarq-PR) está movendo uma ação civil contra o prefeito de Curitiba (PR), Rafael Greca (DEM), e a prefeitura, por danos patrimoniais e improbidade administrativa. O processo se trata da demolição da casa histórica Erbo Stenzel em 2017, que aconteceu com a autorização de Greca, logo após um incêndio parcial em 14 de junho de 2017. De acordo com o laudo da perícia técnica da Justiça, a derrubada da casa foi inadequada, não era urgente e poderia ter sido evitada através de outros procedimentos, como a construção emergencial de estabilização de estruturas.
De acordo com o advogado do Sindarq-PR, Ramon Bentivenha, o laudo da perícia vai ao encontro do que o sindicato já apontava anteriormente. “Após o incêndio, a casa, em vez de ser escorada e ser preservada, foi demolida com retroescavadeira”, conta Bentivenha. Segundo o laudo técnico, a demolição com uso de retroescavadeira colocou abaixo e destruiu partes e elementos construtivos da edificação que poderiam ser mantidos no local ou, se necessária a desmontagem da edificação, reaproveitados. “As partes integralmente carbonizadas, ou foram ao chão durante o incêndio, ou permaneceram parcialmente fixadas na estrutura e não apresentavam risco de desabamento iminente”, aponta o laudo.
Desde o último dia 15 de fevereiro, a Justiça declarou o processo suspenso. Isso porque um acordo entre as partes está sendo discutido. “Nós estamos em tratativas para tentar fechar um acordo com a prefeitura de Curitiba, onde eles se comprometem a edificar um memorial para o Erbo”, conta o advogado. O Sindarq-PR e a prefeitura têm até o dia 21 de março para realizar um acordo e, caso não aconteça, o processo seguirá os trâmites legais. No entanto, já houve movimentações da prefeitura para um consenso entre as partes. “A gente espera encontrar uma solução que permita aos paranaenses relembrar quem foi ele [Erbo Stenzel]”, afirma Bentivenha.
Memorial Erbo Stenzel
A Casa Erbo Stenzel foi residência do artista paranaense Erbo Stenzel. A construção foi doada à prefeitura de Curitiba e, em 1998, foi transferida para o Parque São Lourenço, onde se tornou um museu com o objetivo de manter viva a memória e a casa onde viveu o escultor curitibano, além de guardar seus objetos e pertences. Em 2009, o museu foi desativado e os itens do acervo foram devolvidos à Secretaria de Estado da Cultura. A casa foi fechada para visitação pública. Em 14 de junho de 2017, a edificação foi atingida por incêndio e foi posteriormente demolida pela prefeitura.
